sexta-feira, 28 de março de 2008

Glossário de especiarias

Cobiçadas desde a Antiguidade, as especiarias chegaram a custar mais caro do que jóias. Sua interferência benéfica no sabor final da comida, principalmente numa época em que o poder de conservação dos alimentos era reduzidíssimo, fez com que homens de espírito singrassem o mar desconhecido em busca das preciosidades que existiam apenas no Oriente.

Ainda que não apareçam nem brilhem como diamantes ou ouro, até hoje as especiarias são adornos especiais que podem mudar completamente um prato. Na maioria das vezes, são perceptíveis apenas ao paladar. Por isso mesmo, precisam ser usadas com bom senso. Qualquer excesso pode resultar num desequilíbrio desastroso para a receita executada.

Algumas dicas ajudam a fazer uma utilização mais equilibrada das especiarias, resultando em sabores mais harmoniosos. Conheça algumas das principais especiarias disponíveis e suas características:
Açafrão - O autêntico custa caro. É preciso colher 100 mil flores para conseguir 5 kg de estigmas, que, quando secos, são empacotados inteiros ou em pó. É a alma da bouillabesse (sopa de peixe francesa originária de Marselha), da paella (espécie de risoto espanhol) e do 'risotto alla milanesa' (o risoto de arroz italiano com açafrão).

Anis - Semente adotada principalmente para fazer confeitaria (balas, doces e bolos). Também aromatiza o pastis francês, o ouzo grego e o arak do Oriente Médio, bebidas típicas, normalmente degustadas com água e gelo.

Baunilha - Orquídea centro americana que é colhida verde e curada em ambiente especial. Depois desse processo, fica com uma coloração marrom escura. A maneira de usar é colocar a fava sobre uma superfície plana e dividi-la ao meio num corte longitudinal, com uma faca bem afiada. De dentro dela saem minúsculos grãos que podem ser ingeridos e vão dar o sabor perfumado, doce e delicado da baunilha verdadeira. Tem uso freqüente em sorvetes e doces à base de leite e creme, mas também em chocolate e frutas de sabor suave (não muito azedas).

Canela em casca - No Brasil, é usada para aromatizar doces, principalmente compotas.

Canela em pó - Os usos são semelhantes aos da canela em casca. As cascas secas são reduzidas a pó, podendo, assim, ser ingeridas (polvilhada com açúcar sobre um bolo, por exemplo), enquanto a canela em casca deve ser retirada do prato antes de servir. Na culinária européia e do Oriente Médio, também se adota como tempero para carnes e aves. Nesse caso é, em geral, misturada com a pimenta da Jamaica e pimenta-do-reino, resultando então na vulgarmente conhecida pimenta síria.

Cominho - Em sementes ou em pó, é adotado no preparo de carnes, geralmente associado à pimenta-do-reino. Encontrado também na culinária árabe, marroquina, indiana e mexicana.

Cravo-da-índia - Inteiro, perfuma doces em calda ou caldos de carne e ensopados; em pó, dá aroma a bolos de especiarias.

Erva-doce - As sementes servem para preparar pratos com carne de porco (lingüiças, embutidos), além de aves e cordeiro. Num registro não convencional do paladar, é deliciosa com peixes gordurosos (arenque, por exemplo), e para aromatizar pães e bolos. Tem efeito digestivo em chás.

Gengibre em pó - Esta raiz, que também é muito usada fresca ralada, combina com bolos e pães doces, tais como bolos de frutas secas e biscoitos natalinos, adotada principalmente na Inglaterra e nos países do norte europeu. Ainda pode servir para aromatizar carnes ensopadas.

Mostarda em grão - De dupla utilização, são consumidas as sementes ou o preparado em pó ou em pasta. As sementes aparecem com mais freqüência na cozinha indiana; os preparados são de uso mais comum em todas as outras culinárias: molhos para carnes e saladas, ou, na forma de pasta, para comer com frios, embutidos e sanduíches.

Noz-moscada - Ideal para acompanhar pratos com queijo (tortas ou quiches), espinafre (suflê) e batatas (ao forno, gratinadas com queijo e creme de leite). Deve ser ralada na hora para conferir um sabor mais forte; previamente moída tende a perder o aroma rapidamente.

Pimenta branca moída - É a mesma pimenta-do-reino, só que colhida num estágio diferente. Não tem uso obrigatório, é mais uma questão de gosto - que difere do gosto da pimenta-do-reino. Recomenda-se o uso em peixes mais pela cor, para não ficar com pontinhos pretos como quando se usa a pimenta-do-reino preta. Moída ela perde o sabor e o aroma bem rápido.

Pimenta síria - É uma mistura de pimenta da Jamaica, canela e pimenta-do-reino. Faz parte da culinária árabe, em quibes, esfihas e muitos outros pratos.

Pimenta vermelha em flocos - Pimenta dedo-de-moça seca e flocada que, como a calabresa e ao contrário das outras, dura mais quando desidratada. Para ser usada em qualquer prato que requer pimenta (comida baiana, mexicana, etc.), como substituta da fresca.

ZATTAR - Tempero árabe a base de tomilho e gergelim, muito usado na culinária do Oriente Médio. Usado para aromatizar bebidas, temperar saladas ou para colocar sobre queijos brancos. Também fica ótimo com carne. Misturado com azeite, é perfeito pra se comer com pão.

Zimbro - Fruta que é vendida seca. Empregada na aromatização do gim, preparados de carne de porco e de caça, no brasatto al Barolo piemontês (carne cozida em vinho tinto) e no Sauerkraut (chucrute).

Sem comentários: